quarta-feira, 26 de maio de 2010

ESTUDO SOBRE AFETIVIDADE

Muita alegria, aprendizagem, troca de ideias e experiências, tudo isso esteve presente no estudo realizado na Aprender Editora. O estudo conduzido pelas coordenadores Érica Santos e Veridiana Aires contou com a participação de formadoras e consultoras e teve como tema a afetividade.

terça-feira, 25 de maio de 2010

GENTILEZA GERA GENTILEZA


Faça um rápido teste de memória. Você cumprimentou seu vizinho hoje de manhã no elevador? Desejou bom dia ao porteiro quando cruzou com ele na portaria como faz todas as manhãs? Deu passagem para o carro que precisava mudar de pista para entrar numa rua transversal? Esperou pacientemente o carro da frente andar sem buzinar quando o sinal ficou verde? Se respondeu negativamente a alguma das perguntas acima, saiba que, além de agir de forma tremendamente mal-educada, você está fazendo mal à sua própria saúde e a das pessoas que o cercam.
Retomar a delicadeza relegada ao esquecimento melhora a qualidade de vida e as relações cotidianas.
Segundo o livro A arte da gentileza, de Piero Ferruci (ed. Alegro), pesquisas científicas confirmam que pessoas gentis são mais saudáveis e vivem mais, são mais amadas e produtivas, têm mais sucesso nos negócios e são mais felizes. ''Ser gentil nos faz tão bem quanto ser alvo de uma gentileza'', garante o autor. Por outro lado, a não-gentileza gera sentimentos negativos, atrapalha as relações e pode até deixar a pessoa doente, já que quando alguém é alvo de grosseria, falta de educação, o sistema nervoso reage liberando hormônios como a adrenalina, que desequilibram o organismo. Até a musculatura é afetada e reage à falta de gentileza se contraindo, deixando o corpo cada vez mais tenso.
''A falta de gentileza, caracterizada por um ambiente de grosseria e violência, se constitui em um fator estressor que leva o indivíduo ao desenvolvimento do estresse crônico. Por conseqüência, a qualidade de vida acaba sendo afetada, incluindo a saúde'', confirma a psicóloga Lucia Novaes, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora do Centro Psicológico de Controle do Stress.
O que a ciência agora comprova vai ao encontro do que o profeta Gentileza passou grande parte da vida pregando e escrevendo nos 55 murais que criou sob o viaduto do Gasômetro, próximo à Rodoviária Novo Rio. Sua mensagem podia ser resumida na frase-síntese ''gentileza gera gentileza''.
Os murais, restaurados há cinco anos pelo projeto Rio com Gentileza, coordenado pelo filósofo Leonardo Guelman, hoje se encontram de novo danificados por pichações logo abaixo das inscrições do profeta. Mais ou menos como a própria gentileza, tão fora de moda nos dias que correm.
''O Gentileza denunciava uma crise ética, de valores. Segundo ele, tudo passa pelo favor. O simples fato de pedirmos 'por favor' e agradecer com um 'obrigado' denotava que adotamos a troca na base do toma-lá-dá-cá, típico do mundo individualista, produto do capitalismo que ele batizou de 'capeta capital''', afirma Guelman, autor do livro Brasil, tempo de gentileza (Eduff), sobre o profeta que morreu aos 79 anos, em 1996.
Para o profeta, ficamos cegos e surdos e perdemos a capacidade de ver e ouvir o outro. Segundo a psicoterapeuta e educadora Sandra Celano, o pronome nós, nesse mundo tão individualista, agrega no máximo o núcleo familiar. ''Então, como esperar que um seja gentil com o outro em pequenas ações cotidianas, se as pessoas não conseguem nem perceber o outro?'', questiona. Até em uma discussão é possível manter a gentileza. ''Basta prestar atenção ao que a outra pessoa diz e se expressar considerando suas razões e seu ponto de vista'', completa Sandra, que observa em seu consultório o crescimento da falta de gentileza como uma das queixas comuns de seus pacientes.
Um dos ambientes onde a falta de delicadeza e gentileza mais se manifesta é no local de trabalho. Muitas vezes, as pessoas confundem relações profissionais com frieza e rispidez. E deixam de agradecer um serviço só porque este está sendo pago.
''Hoje já existem empresas que têm como meta o bem-estar dos seus funcionários. Não porque sejam boazinhas, pois toda empresa precisa gerar lucros, mas, sim, porque descobriram que onde há bem-estar, há produtividade, pois as pessoas trabalham felizes'', observa Alkíndar de Oliveira, consultor de empresas e autor de Viver é simples, nós é que complicamos (ed. Didier). ''Neste novo mundo corporativo que está surgindo, há uma ferramenta que tende a ser a mais importante na convivência profissional. Trata-se da afetividade. E a gentileza é um dos frutos da árvore do afeto.''
Como todo profeta, Gentileza denunciava a crise e anunciava uma boa nova. Para ele, assim como a natureza nos dá tudo de graça, temos que retomar um tempo a troca desinteressada. O primeiro passo seria bem simples: dizer sempre 'agradecido' e 'por gentileza', em vez das fórmulas consagradas - que já foram esquecidas por muita gente, porém sem nenhuma substituição.
Uma das pessoas que foram tocadas pela obra de Gentileza foi a compositora Marisa Monte, que transformou alguns de seus versos em uma canção com o nome do profeta. Marisa fez a música no dia em que foi apresentar os murais ao parceiro Carlinhos Brown, antes do projeto de recuperação, e viu que não havia mais nada. Chocada, escreveu a música.
A cantora acha que a mensagem de Gentileza está cada vez mais atual. ''Com o ritmo acelerado das cidades, as pessoas estão perdendo a noção de gentileza, que é uma espécie de pureza refrescante para a vida, para o dia-a-dia.'' Ainda hoje, ela se comove em ver que alguém dedicou sua vida para falar da importância de ser gentil, e em vez de pedir dinheiro, ia de carro em carro oferecer uma flor. ''Ele foi uma pessoa linda que plantou a semente da gentileza.''
Buda também identificou alguns benefícios de se cultivar a gentileza, como dormir bem, ser amado, ter proteção dos seres divinos, e uma mente serena. De nada adianta, no entanto, começar a ser gentil para obter tais resultados e melhora da qualidade de vida, pois falsidade é algo diametralmente oposto à proposta. E, por princípio, a gentileza é necessariamente desinteressada. Como o escritor britânico Aldous Huxley afirmou, no fim da vida. ''É desconcertante que, após anos e anos de pesquisas e experimentações, eu tenha que dizer que a melhor técnica para transformar nossas vidas seja ser mais gentil''.
Algo bastante urgente de ser lembrado nos dias de hoje. Pois se gentileza gera gentileza, a sua falta só pode produzir uma carência ainda maior, daí o cenário aterrador de um mundo de rispidez e impaciência, e seus assustadores índices de violência - não como causa única, evidentemente.
''A falta de gentileza e a hostilidade nas relações podem contribuir para um mundo estressante, na medida em que essas atitudes são contagiosas. Violência gera violência, hostilidade gera hostilidade, raiva gera raiva'', acredita a psicóloga Lúcia Novaes. Por outro lado, diz ela, o mundo estressado, com tantas demandas, com a necessidade de se fazer cada vez mais coisas em menos tempo e mais perfeitas abre espaço para atitudes agressivas, raivosas e hostis. ''É um círculo vicioso.''
No ano que vem, para marcar os dez anos da morte de Gentileza, um grupo de artistas e intelectuais afinados com a causa do profeta deve retomar o projeto Rio com Gentileza, com manifestações festivas pela cidade para lembrar a atualidade do pensamento do profeta.
''Se ele estivesse entre nós, continuaria pregando a gentileza, já que seu avesso, a rudeza e a violência, infelizmente não saíram de moda'', acredita Guelman, que também reivindica junto à prefeitura um maior cuidado com os murais, que ele quer ver cercados e iluminados. ''São um patrimônio afetivo da cidade.''
A importância de se adotar a atitude no cotidiano é bem expressada pelo teólogo Leonardo Boff, em artigo intitulado ''Espírito de Gentileza'' (disponível na íntegra no site leonardoboff.com). ''Este espírito nunca ganhou centralidade, por isso somos tão vazios e violentos. Hoje ele é urgente. Ou seremos gentis e cuidantes ou nos entredevoraremos.''

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A SECRETARIA DA CULTURA DE ARACOIABA ABRE INSCRIÇÕES PARA SEU FESTIVAL REGIONAL DE QUADRILHAS

Acontecerá nos dias 2 e 3 de junho, no ARAPARQUE, o Festival Regional de Quadrilhas de Aracoiaba.
O Festival, que será federado, oferece as seguintes premiações:
1º Lugar: R$ 1.000,00
2º Lugar: R$ 600,00
3º Lugar: R$ 300,00
Na ocasião, também receberão troféus a Melhor Rainha, Melhor Noiva, Melhor Noivo e Melhor Marcador.
OUTRAS INFORMAÇÕES:
No dia 02 de junho, junto ao Festival, haverá festa gratuita no ARAPARQUE com as bandas Forró dos Plays e Novo Balancear.
No dia 03 de junho, data das premiações, a festa será comandada por bandas regionais.
No dia 02 de junho também haverá um Bolão de Vaquejada no Parque de Vaquejadas do ARAPARQUE.
PARTICIPE!!!!
Fonte: http://www.aracoiaba.ce.gov.br/

EUSÉBIO É PIONEIRO NO CEARÁ NA ADOÇÃO DO TEMPO INTEGRAL NAS ESCOLAS


O prefeito Acilon Gonçalves (PSB) foi o primeiro Gestor Público, do Ceará, a adotar o jornada escolar de tempo integral no Parque Escolar Municipal, da Creche/Berçário, ao 9º ano do Ensino Fundamental. Em Eusébio, 100% das Escolas ofertam esta modalidade de atendimento, embora em 2009, apenas 50% do alunado tenha aderido ao Projeto, uma vez que não é imposto ou obrigatório.
O prefeito Acilon Gonçalves (PSB) foi o primeiro Gestor Público, do Ceará, a adotar o jornada escolar de tempo integral no Parque Escolar Municipal, da Creche/Berçário, ao 9º ano do Ensino Fundamental. Em Eusébio, 100% das Escolas ofertam esta modalidade de atendimento, embora em 2009, apenas 50% do alunado tenha aderido ao Projeto, uma vez que não é imposto ou obrigatório.
Segundo a secretária de Educação do Município, Marta Cordeiro, a chamada para matrícula no Tempo Integral, é mais de sensibilização e de conscientização da família e do aluno. “Contudo, se em 2009 contava-se com um contingente de 4 mil alunos com jornada diária ampliada, em 2010 já se ultrapassou bem mais este número. E a procura é contínua, e crescente, tendo dobrado em algumas escolas. Os pais vão despertando os interesses na medida em que vão observando o sucesso dos filhos dos seus vizinhos”, argumenta.
O prefeito Acilon Gonçalves idealizou o projeto de jornada escolar integral, ainda no ano de 2007, quando discutia com a Secretaria de Educação do município, e o Ministério Público local, formas alternativas de proteção à infância e à juventude, contra os vícios e outras perversões com que o mundo do crime invade suas vidas.
“O Tempo Integral, em Eusébio, é integral, de fato. Trata-se de Educação Integral em jornada de tempo integral. Os alunos são atendidos durante 10 horas, sem interrupção. De 7 às 17 horas”, observa Acilon.
Além das atividades próprias do ensino regular, os alunos recebem aulas de formação cívica e espiritual, de artes, esporte, lazer e recreação, participam de sessões de cinema, de contação de história. Na própria escola há banheiros e vestuários para banho. Logo em seguida participam do “Almoço Pedagógico” (A refeição é rica e farta servida no estilo self service, constando de legumes, grãos, verduras, carne/aves e frutas), junto com colegas, professores e coordenadores, onde podem conviver mais fora do âmbito da sala de aula e em seguida podem repousar (em espaços reservados para esses fins).
Merecem destaque entre as atividades realizadas, as Oficinas Lúdicas de Português, Matemática e Inglês, bem como as Tarefas Orientadas – TO - momento de realização dos “deveres de casa”, com a assessoria de um professor orientador. “Se antes, muitos alunos deixavam de cumprir essa obrigação, agora com a TO, esse delito é impraticável. E, desse modo, o comportamento e o desempenho cognitivo melhoram a olhos vistos. Os próprios pais dão este testemunho”, diz Marta Cordeiro.
“É gratificante observar-se a concentração da garotada nas Oficinas de artesanato onde bordam e pintam em tecidos e telas, aprendem a fazer crochê e operam teares de confecção de redes de dormir e redes de pescar”, (esta última é de responsabilidade de um pescador local).complementa a secretária.
Quanto as atividades de cultura as escolas oferecem oficinas de Teatro, Flautas, Canto-Coral, Dança, No esporte – Capoeira, Karatê, Judô e Escolinhas de Futebol, que são realizadas pela Secretaria de Esporte e pelo Núcleo de Artes e Cultura da Prefeitura.
Outro dado significativo é que 25% das Escolas de Tempo Integral já possuem Fanfarras organizadas com, em média, 40 integrantes. Três delas tem um grupo de Chorinho, com um instrutor apto para este trabalho.

Aquiraz realiza Ações de Combate à Exploração Sexual

A Secretaria do Trabalho e Assistência Social do Município de Aquiraz, através do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS, realizou no dia 18 de Maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, uma caminhada e apitaço na Prainha.
Estiveram juntos nesta ação o Centro de Referência Especializado da Assistência Social-CREAS, e demais equipamentos da área social do município, como Conselho Tutelar, CRAS, a Comunidade, Escola, Creche, Igreja, PSF e Associações Comunitárias da Prainha.
A caminhada teve como destino, a quadra de esportes da Prainha e contou com várias apresentações artísticas.
No próximo dia 26 de maio, a citada Secretaria promoverá um seminário que abordará a temática em pauta numa perspectiva intersetorial, ou seja envolvendo várias secretarias municipais na luta pelo combate à Exploração e Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
A Campanha acontece anualmente em data prevista na Lei Nº 9.970, de 17 do maio de 2000, por marcar um crime brutal que vitimou fatalmente uma criança de 08 anos chamada Aracelis, que foi estuprada e morta barbaramente.

Mais Informações
Secretaria do Trabalho e Assistência Social de Aquiraz
Telefone: 3361.1821
Fonte: http://www.aquiraz.ce.gov.br/

quinta-feira, 20 de maio de 2010

21ª Bienal Internacional do Livro será no Anhembi, em 2010

O evento ocorrerá durante o mês de agosto, do dia 12 ao dia 22, no Pavilhão de Exposições do Anhembi em São Paulo.
A programação cultural será diversificada e composta por mais de 700 atividades distribuídas por pelo menos 400 horas durante 11 dias. Um aspecto que será explorado na Bienal é a interatividade, além da presença de grandes autores pra ilustrar o evento.
Ademais, deverá receber cerca de 350 expositores, nacionais e internacionais, que trarão mais de 900 selos editoriais, tudo isso numa área de 60 mil metros quadrados.
Neste ano, a Bienal será organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado. Essa decisão foi tomada como parte de uma estratégia para promover mais negócios e para oferecer mais conteúdo para os públicos freqüentadores da feira.
A união entre a Câmara Brasileira do Livro e a Reed Exhibitions Alcantara Machado, também, ressalta as mudanças no Pavilhão de Exposições do Anhembi, que está sofrendo reformas em sua infraestrutura e oferecerá ainda mais conforto aos visitantes.
Fonte: http://www.anhembi.com.br/
Site: http://www.bienaldolivrosp.com.br/

terça-feira, 18 de maio de 2010

Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

 
Desde 2000, o 18 de maio foi instituído pela Lei 9.970, como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Infelizmente, a data remete a um dos crimes que comoveu o Brasil, ocorrido na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, em 1973.
Naquele ano, a menina Araceli Cabrera Crespo, de oito anos, foi espancada, violentada e assassinada brutalmente. Até hoje, os culpados pelo crime não foram punidos.
E quantas Aracelis, Luanas, Yasmins, Alanis, Isabelas e tantas outras crianças inocentes tiveram o mesmo destino?


O Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual de Crianças e Adolescentes promove diversas atividades de conscientização e combate à situação por todo o País.
Só no ano passado foram denunciados 15.345 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.
Segundo dados do Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República, em 2009 foram 9.638 registros de abuso sexual, 5.415 de exploração sexual, 229 de pornografia infantil e 63 de tráfico de crianças.
E só nos quatro primeiros meses de 2010, já foram contabilizadas cerca de 4 mil ocorrências de violência sexual contra meninos e meninas.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), dentre as diversas manifestações de violência contra crianças e adolescentes, as mais incidentes são o abuso sexual praticado por integrantes da própria família e a exploração sexual para fins comerciais, como a prostituição, a pornografia e o tráfico.
Além de crime e cruel violação dos direitos humanos, essas expressões resultam em danos irreparáveis para o desenvolvimento físico, psíquico, social e moral das crianças e dos adolescentes suscetíveis a esse tipo de violência.
Entre outras conseqüências, as vítimas estão sujeitas à dependência de drogas, à gravidez precoce e indesejada, a distúrbios comportamentais e doenças sexualmente transmissíveis.

Em Fortaleza, desde o dia 12, a Prefeitura vem reforçando ações de sensibilização nos terminais de ônibus, na Barra do Ceará e Jangurussu, culminando em uma caminhada pelas ruas do Centro hoje.
As atividades são realizadas em parceria com o Fórum Cearense de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes.
Nos dois locais, a SDH mantém grupos de disseminação da Rede Aquarela – política municipal de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.
Os locais são apontados nos livro “Os Sete Sentimentos Capitais” como dois dos dez principais locais de exploração sexual de crianças e adolescentes em Fortaleza.
Dever de toda a sociedade é denunciar! E ajudar no combate a esse crime que viola todos os direitos infantis, que viola os direitos de toda uma sociedade.
Fonte: http://blog.opovo.com.br/educacao/

segunda-feira, 17 de maio de 2010

EVENTOS DE EDUCAÇÃO







Congresso Internacional sobre Dificuldades de Aprendizagem e do Ensino.
03 a 05 de junho de 2010 em João Pessoa - PB



Congresso Internacional sobre Formação de Professores.
08 a 10 de Julho de 2010. Maceió - AL

FONTE: http://www.futuroeventos.com.br/

sexta-feira, 14 de maio de 2010

ESTUDO SOBRE INTELIGÊNCIA

O grupo de formadoras coordenado por Luciana Fraga, teve um momento de estudo específico sobre inteligência, nesse estudo foram abordados algumas perspectivas relacionadas a inteligência tais como: Teorias do processamento da informação, teorias das inteligências múltiplas e teoria da inteligência emocional.
                                     
 
 

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Construindo o Saber

O ato de ler pertence aos elementos essenciais do universo. Segundo Paulo Freire, todos somos leitores e só a partir dessa certeza é que tudo o mais no mundo cria-se e recria-se. Através da leitura, o homem forma conceitos e questiona sentidos, generaliza palavras e particulariza idéias, comunica verdades e desconstrói hipóteses.
Sem a leitura, nada no universo da linguagem é possível, e “tudo” só é possível pelo viés do universo da linguagem.
Quando um professor conta histórias em sala de aula, ele consegue levar ao seu aluno. Um dos elementos mais necessárias ao desenvolvimento do ser humano: a ação de criar, recriar, imaginar, ir além do real e conseguir ser mais sensível, mais feliz. Na verdade, todo professor deve ser um leitor, pois só assim poderá auxiliar na formação de leitores.
A seguir, sugerimos, através do texto de Linda Campbel “alguns tópicos” que servirão à reflexão sobre o assunto ora abordado.

Os professores como contadores de histórias
Quando os recursos não estão prontamente disponíveis, ou quando um professor deseja explorar o conteúdo do ensino de várias maneiras, contar histórias oferece uma opção que encanta tanto ouvintes jovens quanto adultos. Qualquer assunto ou tema adquire vida quando é narrado como uma história. Além disso, pessoas de todas as idades acham mais fácil reter uma informação quando ela é codificada em uma história. Mesmo que muitos entre nós aleguem não ser contadores de histórias, todos realmente o somos! Cada um de nós tem histórias de sua vida que gosta de compartilhar, muitos gostam de contar piadas, narrar sonhos ou até fazer “fofoca” sobre os outros - uma prática que pode ser a base para futuros contos populares ou lendas.

Histórias Temáticas
De onde podemos extrair histórias para a sala de aula? De nos-sas próprias experiências de vida. A lembrança de suas próprias reações quando criança ao se deparar com as disciplinas escolares pode proporcionar ao professor histórias da vida real para compartilhar com os alunos que estão aprendendo um conteúdo semelhante. Reelaborar um conteúdo temático como uma história é outra opção que é mais fácil do que de início pode parecer. Um enredo pode ser rapidamente criado identificando-se os personagens principais e algum desafio com os quais eles se confrontam. Os professores podem refletir sobre o conteúdo que planejam ensinar e considerar quais personagens e enredo aparecem como possibilidades para a narração de histórias. Além disso, os alunos estão quase sempre ansiosos para criar e contar histórias que incorporem o conteúdo escolar.

As Dimensões Culturais da Narração de Histórias
Contar histórias é também uma maneira poderosa de proporcionar aos alunos um insight sobre a história e sobre culturas diferentes. Os alunos podem interessar-se por saber que a narração de histórias é mais antiga do que a história escrita. Antes da leitura e da escrita serem comuns, as narrativas transmitiam a história oral de uma cultura - incluindo as esperanças, os medos, os valores e as realizações de seu povo.
Por exemplo, durante a época da escravidão nos Estados Unidos, as histórias assumiram também um outro propósito. Como os escravos não tinham permissão para se reunir em grupos com mais de cinco pessoas, nem falar ou escrever em seus idiomas africanos nativos, nem escrever em inglês, eles inventaram histórias de animais para criar um sentido de comunidade que lhes era negado. O animal que escolheram para muitas de suas histórias foi o coelho - um ser tão impotente quanto os escravos, mas que também sabia de tudo o que acontecia a seu redor, embora por necessidade per-manecesse silencioso. O coelho chamava-se Coelho Brer. Escutando as histórias do Coelho Brer, os alunos podem desenvolver empatia com os escravos que o criaram como personagem central do seu folclore.

Recursos Multiculturais da Narração de Histórias
Há muitos recursos disponíveis para o professor que deseja apresentar os alunos a outras culturas, em parte contando histórias. Quando são contadas histórias multiculturais, os professores podem pedir aos alunos que escutem e reúnam informações sobre várias culturas. Depois de escutar uma história, os professores e os alunos podem discutir a estrutura e a sua mensagem, além de suas implicações culturais. As sugestões propostas incluem:

Qual é o local da história?
Que valores a história transmite?
Como a linguagem é usada na história?
A história reforça alguns estereótipos?
A história diminui alguns estereótipos sobre essa cultura?
Os bibliotecários da escola e do município geralmente conhecem muitos recursos para a narração de histórias e estão prontos para identificar histórias para acompanhar qualquer estudo cultural.

Os alunos como contadores de histórias
Alguns alunos irão alegremente apresentar-se como voluntários para contar histórias para os colegas. Outros acharão a idéia assustadora. Escutar histórias envolve várias habilidades de escuta, enquanto contar histórias requer habilidades lingüísticas. Contar histórias, uma forma divertida e importante de comunicação lingüística, ensina aos alunos o ritmo, o tom e as nuances da linguagem. Os educadores interessados em estimular a narração de histórias em suas salas de aula podem considerar as seguintes diretrizes:

Diretrizes para a Narração de Histórias:
1. Exemplifique você mesmo a narração da história.
2. Identifique contadores de histórias locais para visitar sua classe. Você pode descobrir se há uma associação de contadores de histórias perto de você ou talvez, como na Filadélfia, um contador de histórias oficial da cidade.
3. Ajude os alunos a encontrarem histórias - a partir do conteúdo das aulas, de sonhos, acontecimentos familiares ou escolares, histórias que eles já conhecem, antologias ou entrevistas com pessoas mais velhas
4. Ensine aos alunos algumas habilidades da narração de histórias, tais como:
. começar com uma abertura interessante;
. não aumentar muito o número de personagens;
. certificar-se de que a história contém imagens que os ouvintes podem “ver” ou imaginar;
. estimular o uso de comparações e metáforas;
. animar os pontos-chave da história com efeitos sonoros, voz, gestos e movimentos corporais;
. manter a voz clara, expressiva e compassada;
. fazer contato visual com os ouvintes;
. considerar se deve ou não haver participação dos ouvintes.
5. Praticar a narração de histórias com toda a classe. O professor pode selecionar uma história e lê-la parte por parte, para a classe, pedindo aos alunos que façam sugestões pra torná-la mais viva e interessante. A classe pode ser dividida em grupos, e pode ser designada a cada grupo uma parte da história para ser aprendida e depois contada em seqüência.
6. Para contadores de histórias iniciantes, pode-se aliviar a ansiedade fazendo os alunos contarem suas histórias para pequenos grupos de quatro ou cinco colegas, em vez de contá-la para a classe toda. Os alunos que se oferecem como voluntários podem contar suas histórias para grupos maiores. Contar histórias para crianças menores, em geral, também alivia a tensão desnecessária..
CAMPBELL, Linda Ensino e Aprendizagem por meios das Inteligências Múltiplas / Linda Campbell, Bruce Campbell e Dee Dickinson; 2. ed. trad. Magda França Lopes - Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 2000.

A PIPOCA

A culinária me fascina. De vez em quando, eu até me atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso, tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de “culinária literária”. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate, feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso o que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque a vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, da lição que aprendi com Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé...
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente das crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer; pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças!
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! — e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã, o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. “Morre e transforma-te!” — dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que sejam. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas, piruá é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: “Fiquei piruá!” Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito de elas serem. Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida perdê-la-á”. A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás, que não servem para nada. Seu destino é lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
Alves, Rubem, 1933. O amor que acende a lua. Campinas: Papirus, 1999. p. 59 – 64.

HISTÓRIA PARA AQUECER O CORAÇÃO

A Lenda do Arco-íris

João era pobre. O pai tinha morrido, e era muito difícil a mãe manter a casa e sustentar os filhos. Um dia, ela pediu-lhe que fosse pescar alguns peixes para o jantar. João reparou numa coisa a mexer-se no meio do arvoredo. Aproximou-se sorrateiro, abaixou-se, afastou as folhas devagarinho e viu um pequeno homem sentado num minúsculo banco de madeira. Costurava um colete verde com um ar compenetrado enquanto cantarolava uma musiquinha. À frente de João, estava um anão. Rapidamente, esticou o braço e prendeu o homenzinho entre os dedos.
— Boa tarde, meu senhor.
— Como estás, João?, respondeu o homenzinho com um sorriso malicioso.
Mas o anão tinha montes de truques para se libertar dos humanos. Inventava pessoas e animais a aproximarem-se, para que desviassem o olhar e ele pudesse escapar.
— Diz-me lá, onde fica o tesouro do arco-íris?
Ele, então, gritou para João que vinha lá um touro bravo a correr bem na sua direção. Ele se assustou, abriu a mão, e o anão desapareceu. João sentiu uma grande tristeza, pois quase tinha ficado rico. E, com essas andanças, voltou para casa de mãos a abanar, sem ter pescado peixe nenhum. Mal chegou, contou à mãe o sucedido. Esta, que já conhecia a manha dos anões, ensinou-o:
— Se alguma vez o encontrares, diz-lhe que traga o tesouro imediatamente.
Passaram-se meses. Até que um dia, ao voltar para casa, sentiu os olhos ofuscados com um brilho intenso. O anão estava sentado no mesmo pequeno banco de madeira, só que dessa vez consertava um dos seus sapatos.
— Cuidado! Vem lá o gavião!, gritou o anão, fazendo uma cara de medo.
— Não me tentes enganar!, disse João. Traz já o pote de ouro! Traz já o pote de ouro ou eu nunca mais te solto.
— Está bem!, concordou o anão. Desta vez ganhaste!
O pequeno homem fez um gesto com a mão, e, imediatamente, um belíssimo arco-íris iluminou o céu, saindo do meio de duas montanhas e terminando bem aos pés do João. As sete cores eram tão intensas que até esconderam o pequeno pote de barro, cheio de ouro e pedras preciosas, que estava à sua frente. O anão abaixou-se, com o chapéu fez-lhe um aceno de despedida e gritou, pouco antes de desaparecer para sempre:
— Adeus, João! És um menino esperto! Terás sorte e serás feliz para sempre!
E foi o que aconteceu. O pote de ouro nunca se esgotou, e João e a sua família tiveram uma vida de muita fartura e de muita alegria.
(Versão do original irlandês)

A Escola sem Paredes



A escola sem paredes
não parece escola, não.
Trabalha com arte e ofício,
como na voz de Vinicius:

"Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada".

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Tem vida, tem alegria,
tem boa pedagogia!

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Investe no encantamento,
que a vida é sentimento.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Tem razão, tem poesia,
tem canto, tem melodia.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Seu tijolo: a alegria.
Seu trabalho: a criação.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Tem teto: o experimento.
Tem vigas: a emoção.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
O cimento é a semente
do sonho feito lição.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
O giz é a alegria
nas asas da fantasia.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
A casa, reconstruída,
é do tamanho da vida.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Em lugar de ter janelas,
tem cores de aquarela.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Em asa-delta, o aluno
voa livre e tem visão.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Não tem forma nem tamanho.
Sua partitura: o sonho.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Os conteúdos diários
navegam no imaginário.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
O mestre vai pilotar,
ensina e aprende a voar.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
O professor, comandante,
é também iniciante.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Aqui, quem “dá” a lição,
dá a significação.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Constrói a proficiência
nas linguagens, na ciência.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Tem vida, tem poesia,
tem mais que pedagogia.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
A competência querida
alimenta-se da vida.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Quem surfa é o raciocínio,
na prancha do tirocínio.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Cada lição ensinada
é vida, vivenciada.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Cada lição aprendida
é repertório para a vida.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
A criação é plural,
transcende o convencional.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
O aluno, em vez de medo,
entretece seu enredo.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Há vida em cada instante,
tudo é interessante.
A escola sem paredes
não parece escola, não.
Cada um faz seu caminho,
sem rotas em desalinho.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
As vias são sempre abertas,
com os sinais em alerta.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
É uma via sem fronteira,
como é a vida inteira.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Nela, tudo, como a gente,
é único, é diferente.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
A lição é como a vida:
um valor tão sem medida!

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Seu currículo é integrado,
sem grades ou cadeado.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
O aluno, desde cedo,
já se sente cidadão.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Tem arte, tem ousadia,
ao longo de todo o dia.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
A biblioteca inspira,
alimentando a ação.

A escola sem paredes
não parece escola, não.
Seu teto é infinito,
sua voz é mais que um grito.

A escola sem paredes
parece a vida da gente,
fluindo na amplidão,
cada dia diferente.

Na escola sem paredes,
o que seduz e fascina
é que o bom, o normal,
é não buscar ser igual.

Os mestres são como antenas
captando vibrações.
Esquadrinhando os problemas,
criando as soluções.

Em cada laboratório,
a lição assimilada
integra o repertório
da vida reencontrada.

As aulas já não precisam
de salas, o espaço é aberto.
Adequando-se à escala,
não há nem longe, nem perto.

Tem tudo o que uma escola
oferece de verdade.
Mas sem correntes ou peias,
só lições de liberdade.

Casa de livros e livres,
fonte de cidadania.
A escola sem paredes
constrói a democracia.

Escola, minha escola,
com prazer e sedução,
de ti o sonho decola:
a vida é a grande lição.

CARNEIRO, Moaci Alves. A escola sem paredes.
São Paulo: Escrituras, 2002. p. 13 a 31.
FONE: (11) 5082-4190 http://www.escrituras.com.br/


A Moça Tecelã


Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo se sentava ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois, lãs mais vivas; quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que, em pontos longos, rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas, se, durante muitos dias, o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados para que o sol voltasse a acalmar a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome, tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor-de-leite que entremeava o tapete. E, à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas, tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha e, pela primeira vez, pensou como seria bom ter um marido ao lado.
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E, aos poucos, seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma e foi entrando na sua vida.
Naquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, por algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
— Uma casa melhor é necessária, disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor-de-tijolo, fios verdes para os batentes e pressa para a casa acontecer.
Mas, pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.
— Por que ter casa, se podemos ter palácio?, perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates de prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça, tecendo tetos e portas, e pátios, e escadas, e salas, e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto, sem parar, batiam os pentes, acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal, o palácio ficou pronto. E, entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
— É para que ninguém saiba do tapete, disse.
E, antes de trancar a porta a chave, advertiu:
— Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso, tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos; os cofres, de moedas; as salas, de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
E, tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E, pela primeira vez, pensou como seria bom estar sozinha de novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E, descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e, jogando-a veloz de um lado para outro, começou a desfazer o seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois, desteceu os criados e o palácio. E todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.
A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz que a manhã repetiu na linha do horizonte.

COLASANTI, Marina. Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento. 6. ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1982

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Grupo BATULATA lança campanha contra uso de DROGAS

O grupo BATULATA lança a campanha “NÃO USE CRACK, USE A INTELIGÊNCIA”
É preocupante o futuro dos jovens nesses últimos anos. Cada vez mais, sobe o índice de crianças e adolescentes que se envolvem no mundo das drogas, principalmente com o crack, que é um entorpecente barato e de fácil acesso. Percebe-se que Icapuí não foge a essa realidade. A população juvenil está cada dia mais próxima dessa “bala” silenciosa, mas mortal, que é o crack. É notória a presença de “pontos de venda” nas comunidades de Icapuí; tão comum que passa despercebida pelas autoridades competentes para combater este tipo de crime. Isso só acarreta ao aumento da violência e prostituição no nosso Município.
Pensando assim, o Grupo BatuLata, apoiado pelo CRAS lançou esta semana a campanha: “NÃO USE CRACK, USE A INTELIGÊNCIA!!!”. A campanha está sendo realizada em três etapas:
A 1ª etapa aconteceu esta semana no CRAS, do dia 03 a 07 de maio. Foram momentos voltados para o público do grupo BatuLata:
- Na segunda-feira (03/05) o grupo confeccionou cartazes com temática: “nunca experimente o crack”;
- Na terça-feira (04/05), aconteceu uma palestra sobre drogas, suas consequências e efeitos, ressaltando os malefícios do crack;
- Na quarta-feira (05/05), aconteceu um debate entre os jovens;
- Na quinta-feira (06/05), os jovens do BatuLata assistiram a um filme “O Contador de História”, que relaciona droga, descriminação e superação;
- Nesta sexta-feira (07/05), acontecerá uma palestra com David Ribeiro de Aracati, relatando sua vida com as drogas e sua vitória sem as drogas.
A 2ª etapa ocorrerá na próxima semana e atingirá as oito escolas de Ensino Fundamental e Médio do Município. Os próprios participantes do BatuLata darão as palestras. Desse modo, o grupo se aprofundará no tema e poderá repassar seus conhecimentos aos outros jovens:
- No dia 10/05 (segunda-feira), o grupo BatuLata visitará o Ensino Fundamental I das escolas Raimunda Lacerda e Mizinha;
- No dia 11/05 (terça-feira), a palestra acontecerá nas escolas do Belém e Redonda;
- No dia 12/05 (quarta-feira) o BatuLata irá para as escolas de Ibicuitaba e de Melancias;
- No dia 13/05 (quinta-feira), as escolas visitadas serão a de Barreiras e o Gabriel;
- No dia 14/05 (sexta-feira) será a vez das escolas Raimunda Lacerda e Mizinha, com o Ensino Fundamental II.
Finalmente, a 3ª etapa acontecerá no dia 26 de junho (Dia Internacional de Combate as Drogas) com uma marcha nas ruas de Icapuí, com intuito de atingir também o público extra-escolar.
O BatuLata e o CRAS se preocupam com a construção de novos valores na formação cidadã dos jovens. Por isso, sempre estão envolvidos em atividades que dêem suporte a transformação da realidade.
Para conhecer mais sobre o projeto BATULATA, coordenado por Janailma Ribeiro, visite o perfil do grupo no orkut clicando aqui.
Enviado pela coordenação do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS

NOTÍCIAS DO DIA

O apresentador Álvaro Garnero, do programa 50 por 1, exibido na Rede Record, está de passagem pelo Ceará mostrando a cultura, gastronomia, belezas naturais e algumas curiosidades do nosso estado. O roteiro da equipe inclui uma visita a um centro de Columbifilia (criação e treinamento de pombos correios) e a casa do arquiteto Delbeg Ponce Leon, autor do projeto do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza.
O programa 50 por 1 é conhecido por mostrar peculiaridades dos lugares onde visita, e no Ceará não seria diferente. Entres as atrações que serão apresentadas estão o Centro das Tapioqueiras, onde realizará uma entrevista com o cantor e compositor Raimundo Fagner, acompanhar a construção artesanal de jangadas no Mucuripe e a pesca da lagosta em Icapuí. Segundo informações, a equipe do programa e o apresentador Álvaro Garnero estão hospedados no Hotel Casa do Mar, na praia de Tremembé. Ainda não sabemos qual o dia da exibição do programa gravado aqui no Ceará.
Fonte: Jornal O Povo - Coluna de Sônia Pinheiro

terça-feira, 11 de maio de 2010

Cinco mil alunos têm ensino integral

Alunos do Eusébio passam dez horas na escola em atividades dentro da sala de aula e extraclasse Crianças de olhares curiosos, brincando de recortar revistas e de fazer dobraduras em papel colorido, enquanto aprendem Português e Matemática. Os alunos já tinham feito os exercícios do dia anterior, passado pelas aulas de karatê e informática, lanchado e agora saíam da sala em direção aos chuveiros. Isso é uma parte do dia de alunos das escolas públicas da rede municipal de Eusébio, que desde outubro de 2009 iniciaram o ensino integral e passam dez horas em atividades escolares.
São 36 escolas com 10,5 mil alunos, dos quais cerca de cinco mil permanecem o dia todo na escola. Os que estudam no turno matutino ficam até as 17 horas e os alunos, cujas aulas são à tarde, começam o dia cedo, às 7 horas.
A iniciativa é pioneira no Ceará e, segundo o prefeito Acilon Gonçalves (PSB), recebe do governo Federal um acréscimo de 25% na verba destinada à educação, que é ainda acrescida por verbas municipais remanejadas, uma vez que o aumento do custo do ensino integral é de 50%, se comparado ao ensino regular.
Marta Cordeiro, secretária municipal da Educação, conta que são diversas atividades desenvolvidas através da parceria das secretarias da Educação, Cultura e Esportes. Os alunos, além dos exercícios orientados e do acesso às ilhas de informática, participam de oficinas lúdicas de Português, Matemática e Inglês, artesanato de crochê, pintura, cerâmica, tear de redes de dormir e de pesca. E também atividades culturais e esportivas de teatro, flautas, coral, dança, capoeira, karatê, judô e futebol.
Idealizado com base em duas vertentes & a social e a pedagógica &, o projeto surgiu como saída para o uso de drogas por crianças e adolescentes, que segundo a secretária , tem se intensificado na cidade desde 2007. ``Para tirar as crianças disso, e impedir que elas entrem nesse caminho, a solução é melhorar a educação e o ensino``, afirma a secretária.
A principal contribuição do ensino em tempo integral é a melhora no comportamento. Renné Mazza, coordenador do ensino integral da Escola de Ensino Fundamental Neusa de Freitas Sá, explica que isso é devido ao ``ensino com regras ético-morais e disciplina``, que se acentua com o tempo estendido de permanência do aluno na escola. Todos os envolvidos no processo educacional percebem as mudanças. ``Eles ficam mais atentos, criativos e desenvolvem o raciocínio lógico``, testemunha Maria Idália, professora de português.
O ensino integral não é obrigatório, mas o número de adesões é crescente. Os pais, que geralmente passam o dia inteiro no trabalho, se tranquilizam com os filhos na escola. ``A criança passar o dia na escola é muito aprovado, não só por mim, mas por todos os pais com quem converso``, afirma Francisco Jarbas, pai de dois alunos do ensino integral.
Adaptadas para banho e com salas de repouso, as escolas ainda não estão preparadas para receber 100% dos estudantes. Marta Cordeiro afirma que até 2012 o trabalho de adaptação das escolas estará concluído.

MELHORA NO DESEMPENHO
>O desempenho escolar dos alunos tem melhorado desde 2006, quando foi implantado o contraturno, em que a criança fica mais duas horas, além das quatro regulares, e recebem orientação nos exercícios.
>O projeto do município do Eusébio. que fica na Região Metropolitana de Fortaleza, tem referências nas experiências de ensino integral das cidades paranaenses Apucarana e Porecatu.
>A rede municipal de educação do Eusébio conta com 676 professores. Para o ensino integral, foram contratados 48 professores e 122 oficineiros e monitores.

Leitores e escritores em formação

Para escrever com qualidade, os alunos precisam ler bem e saber o que querem comunicar, para quem e com qual finalidade


Durante muito tempo, trabalhar a escrita na escola era sinônimo de propor a produção de narrações, descrições e dissertações. Hoje, sabe-se que isso não basta para que as crianças aprendam a escrever. É imprescindível levar em consideração, antes da produção textual, quem serão os leitores e qual é a mensagem a ser transmitida - só assim é possível decidir as estratégias mais eficientes para colocar as ideias no papel.
Na edição especial Produção de Texto, da revista NOVA ESCOLA, estão reunidos os conteúdos e procedimentos necessários para que todos os alunos aprendam a redigir com qualidade. De acordo com Mirta Torres, pesquisadora argentina entrevistada no especial, isso só é possível quando o escritor tem um propósito claro. A sua produção será lida por crianças menores ou pelos pais? Estará em um livro ou em um mural? "Embora em muitas situações escolares, o texto não tenha outra finalidade a não ser escrever para aprender a escrita, é fundamental gerar condições didáticas com sentido social. Elas devem garantir a construção de produções contextualizadas, que ultrapassem os muros da escola."
Isso quer dizer que composições de tema livre e redações devem ser substituídos por textos com objetivo, suporte definido e meio de veiculação próprios. O ponto de partida para essa mudança é colocar as turmas em contato com os mais variados gêneros, como notícias de jornal e revista, receitas, cartas para órgãos públicos, bilhetes para amigos, regras de jogos, poemas, instruções, livros de ficção e críticas literárias, entre tantos outros. Porém, durante o processo de ensino desses conteúdos, é preciso oferecer oportunidades reais de utilizá-los no dia a dia e não apenas enumerar as características de cada um.
Apostar em atividades de leitura estimula o desenvolvimento de comportamentos leitores, importantíssimos na tarefa de escrever bem. "A familiaridade com vários textos fornece modelos e conhecimento sobre outros gêneros e estruturas. Devemos ler como escritores: voltar ao texto para verificar de que maneira um autor resolveu um problema semelhante ao que todos temos na hora de escrever", diz Mirta.
Com isso, fica claro que, no desenvolvimento da habilidade da escrita, o foco não deve estar somente em questões gramaticais e ortográficas. Elas realmente são importantes no ensino de Língua Portuguesa, mas a maneira de elaborar o discurso também deve receber uma atenção especial.

O papel do gestor na melhoria da produção de textos dos alunos

Quem aplica as atividades de produção de texto em sala de aula é o professor, mas você, diretor, também tem grandes responsabilidades nessa área. Faz parte de seu papel dar condições de acesso a materiais de leitura que contemplem gêneros variados e acompanhar o processo de aprendizagem.
Para verificar a eficácia da proposta vigente em sua escola, é importante fazer um levantamento abrangente, que envolva perguntas como: os professores leem para as turmas? Os alunos têm chance de conhecer diferentes suportes de texto e aprimorar sua familiaridade em relação a eles? Esse trabalho é desenvolvido com todas as classes, independentemente da série? Crianças e jovens sabem que a revisão é parte fundamental do processo de escrita? Na hora de revisar, os computadores são usados como ferramenta de aperfeiçoamento? Os alunos têm acesso à biblioteca e ela guarda exemplares de todos os gêneros necessários? Em cada faixa etária, o resultado em ortografia e pontuação condiz com o esperado?
Além disso, o diretor deve verificar com o coordenador pedagógico se os textos das turmas são elaborados dentro de contextos reais e se passam por cada uma das etapas essenciais da produção. Segundo Mirta, "a escrita propriamente dita leva tempo: se escreve e se relê para saber como prosseguir, o que falta, se está indo bem, se convém substituir algum parágrafo ou reescrever tudo. O processo de leitura e correção não é posterior à escrita, mas parte dela. Ao considerá-lo terminado, o passo seguinte é reler ou dar para outro leitor fazer isso e opinar. Só então, passa-se o texto a limpo com o formato mais ou menos definido. Contudo, as etapas não devem ser enumeradas porque não são fixas e sucessíveis".
É também com o coordenador pedagógico que o diretor pode discutir falhas existentes no processo de ensino e conversar sobre projetos de formação para a melhoria da aprendizagem em leitura e escrita - da elaboração de enredos à forma final.
FONTE: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar

Alunos com deficiência precisam desenvolver habilidades para participar das aulas. Saiba como esse trabalho deve ser feito no contraturno

Os números do último Censo Escolar são o retrato claro de uma nova tendência: a Educação de alunos com deficiência se dá, agora, majoritariamente em classes regulares. Seis em cada dez alunos nessa condição estão matriculados em salas comuns - em 2001, esse índice era de apenas dois em cada dez estudantes. O aumento merece ser comemorado, mas que não esconde um grande desafio: como garantir que, além de frequentar as aulas, crianças e jovens aprendam de verdade?
A tarefa tem naquilo que os especialistas chamam de Atendimento Educacional Especializado (AEE) um importante aliado. Instituído pelo mesmo documento que em 2008 concebeu as diretrizes para a inclusão escolar, mas regulamentado apenas no fim do ano passado, o AEE ocorre no contraturno nas salas de recursos, ambientes adaptados para auxiliar indivíduos com uma ou mais deficiências (veja nas fotos que ilustram esta reportagem alguns dos principais equipamentos utilizados em três escolas da capital paulista: EE Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, EMEF João XXIII e EMEI Professor Benedicto Castrucci). Segundo o Censo Escolar, atualmente 27% dos alunos matriculados em classes comuns do ensino regular recebem esse apoio. Se a implantação das 15 mil novas salas prometidas para este ano de fato ocorrer, o atendimento alcançará mais de 50% das matrículas - em números absolutos, cerca de 190 mil estudantes.

Trabalho não se confunde com atividades de reforço escolar

Diferentemente do que muitos pensam, o foco do trabalho não é clínico. É pedagógico. Nas salas de recursos, um professor (auxiliado quando necessário por cuidadores que amparam os que possuem dificuldade de locomoção, por exemplo) prepara o aluno para desenvolver habilidades e utilizar instrumentos de apoio que facilitem o aprendizado nas aulas regulares. "Se for necessário atendimento médico, o procedimento é o mesmo que o adotado para qualquer um: encaminha-se para um profissional da saúde. Na sala, ele é atendido por um professor especializado, que está lá para ensinar", diz Rossana Ramos, especialista no tema da Universidade Federal de Pernambuco.
Os exemplos de aprendizagem são variados. Estudantes cegos aprendem o braile para a leitura, alunos surdos estudam o alfabeto em Libras para se beneficiar do intérprete em sala, crianças com deficiência intelectual utilizam jogos pedagógicos que complementam a aprendizagem, jovens com paralisia descobrem como usar uma prancheta de figuras com ações como "beber água" e "ir ao banheiro", apontando-as sempre que necessário. "Desenvolver essas habilidades é essencial para que as pessoas com deficiência não se sintam excluídas e as demais as vejam com normalidade", diz Maria Teresa Mantoan, docente da faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma das pioneiras no estudo da inclusão no Brasil.

HORA DE CONTAR Alunos com deficiência intelectual estudam numeração associando placas
a faces do dadoTambém vale lembrar que o trabalho não é um reforço escolar, como ocorria em algumas escolas antes de a nova política afinar o público-alvo do AEE. "Era comum ver nas antigas salas de recursos alunos que apresentavam apenas dificuldade de aprendizado. Hoje, a lei determina que somente quem tem deficiência, transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades seja atendido nesses ambientes", afirma Maria Teresa. Com o foco definido, o professor volta a atenção para o essencial: proporcionar a adaptação dos alunos para a sala comum. Cada um tem um plano pedagógico exclusivo, com as atividades que deve desenvolver e o tempo estimado que passará na sala.
Para elaborar esse planejamento, o profissional da sala de recursos apura com o titular da sala regular quais as necessidades de cada um. A partir daí (e por todo o período em que o aluno frequentar a sala de recursos), a comunicação entre os educadores deve ser constante. Se o docente da turma regular perceber que há pouca ou nenhuma evolução, cabe a ele informar o da sala de recursos, que deve modificar o plano. Outra atitude importante é transmitir o conteúdo das aulas da sala regular à de recursos com antecedência. "Se a turma for aprender operações matemáticas, é preciso preparar o aluno com deficiência visual para entender sinais especiais do braile", exemplifica Anilda de Fátima Piva, professora de uma sala de recursos na EMEF João XXIII, em São Paulo.

NOTÍCIAS DO DIA

Inaugurada creche para 150 crianças
Inaugurado Centro de Educação Infantil Zilda Arns, no bairro Canindezinho. A creche atende 150 crianças em tempo integral e foi construída a partir de demanda da comunidade nas assembleias do Orçamento Participativo.

De mochila nas costas e toda serelepe, a pequena Maria Eduarda, 2, nem tem ideia do quanto a vida da sua família mudou depois que ela conquistou uma vaga no Centro de Educação Infantil Zilda Arns, no bairro Canindezinho. Antes, a mãe dela, Renata Maria de Araújo, 19, era obrigada a ficar em casa. ``Não tinha como deixar minha filha com mais ninguém e o jeito foi deixar de trabalhar``, relembra. Ontem, com a inauguração oficial do Centro, a vida da família de Maria Eduarda e de mais 149 crianças ganhavam uma nova perspectiva.
``O bairro estava precisando muito dessa creche. Agora posso tentar arranjar um emprego porque tenho onde deixar a minha filha``, afirma. O Centro Educacional está em funcionamento desde janeiro e atende cerca de 150 crianças no sistema de creche no período integral e pré-escola.
Durante a inauguração, a prefeita Luizianne Lins ressaltou a preocupação em construir creches atendendo todas as normas exigidas pelo Ministério da Educação. ``Antes eram construídos uns depósitos para crianças, sem nenhum cuidado. Não vamos fazer de qualquer jeito, queremos dar o melhor. São 139 creches com esse novo padrão``, comenta. Este ano, já foram investidos cerca de R$ 10 milhões na construção, ampliação e reforma das unidades escolares do Município, segundo a Prefeitura.
A prefeita aproveitou a oportunidade para rebater as críticas que vem recebendo na Assembleia Legislativa. ``Tem político de bico grande falando mal de uma seara de governo que não são deles. Nós estamos indo nos bairros populares, não só na elite. Duvido que um deles consiga chegar aqui, eles vão é se perder``, disse.
Com brinquedoteca, sala de vídeo, parque e jardim, o Centro de Educação Infantil Zilda Arns foi construído a partir da demanda da comunidade nas assembleias do orçamento Participativo. ``Estamos lutando desde 2005 e finalmente conseguimos. É uma vitória da comunidade``, celebra a conselheira Maria da Conceição Celestino.

Vagas
Em Fortaleza, são 10.300 crianças atendidas pelas 78 creches municipais, 57 conveniadas e quatro escolas que fazem atendimento de creche. Mas ainda não é suficiente. A dona de casa Patrícia Santos, 27, tem três filhos e reclama da falta de creche no Planalto Vitória. ``Deixei de trabalhar e agora sou do lar. Os meus dois últimos filhos, um de cinco meses e outro de dois anos, ficam comigo em casa. Só o mais velho vai para escola e teve que ser particular por causa da distância``, diz.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) não divulgou quantas crianças aguardam vaga nas creches, mas reconheceu a dificuldade em atender toda a demanda na Capital. ``Esse é um problema que atinge todo o mundo. Apenas com os recursos da educação fica difícil atender toda a demanda, precisamos de recursos multisetoriais. O desafio é grande, mas estamos conseguindo melhorar esse atendimento``, afirma a titular da SME, Ana Maria Fontenele.
Ela acrescenta que o foco da primeira gestão foi a municipalização das creches. ``Agora estamos realizando um mapeamento de todas as crianças com quatro anos de idade para prepararmos o ingresso delas no ensino fundamental``, justificou.

E-MAIS
>O Centro Educacional Infantil Zilda Arns esta vinculado à EMEIF Padre Antônio Monteiro da Cruz, que atende 1.763 alunos do Canindezinho.
> O Centro recebeu instrumentos de acessibilidade, por meio de construção de rampas e banheiros adaptados, para alunos com deficiência.
> Em 2004, 184 alunos com deficiência estavam inseridos na rede Municipal de Ensino. Atualmente, são mais de 2,5 mil alunos com alguma deficiência atendidos pelo Município.
> A rede Municipal conta com mais de 11 mil professores. E foi assegurado o fim do trabalho aos sábados, com o planejamento feito durante a semana.